Em quatro meses, 32 detentos fugiram do presídio de Santarém, no PA
Números são de um levantamento feito pelo portal G1, com dados da Susipe.
Além das fugas, já houve registros de mortes e superlotação na casa penal.
Em quatro meses, 32 detentos conseguiram escapar da Penitenciaria
Agrícola Sílvio Hall de Moura, na vila de Cucurunã, em Santarém, no
oeste do Pará. Os números são de um levantamento feito pelo G1, com base
em dados informados pela Superintendência do Sistema Penitenciário do
Estado (Susipe) entre outubro de 2016 e 22 de janeiro deste ano, data da
última fuga na casa penal. Até agora, apenas três foram recapturados.
Parte das fugas revela situações semelhantes, em que os presos cavam
túneis, serram grades, escalam telhados e até escapam pulado o muro da
unidade prisional. Os presos também provocam curto circuito na rede
elétrica para dificultar a visibilidade por parte dos agentes
penitenciários, facilitando a fuga, segundo a polícia. A situação do
presídio revela a crise no sistema carcerário no estado e no país,
conforme a OAB.
A Susipe chegou a informar em nota que não há indícios de facilitação de
fuga por parte dos agentes penitenciários e que toda a equipe de
plantão é encaminhada a prestar depoimento na delegacia do município.
Todos os casos são apurados após sindicância administrativa aberta pela
Corregedoria. Ainda segundo a Susipe, quando ocorre fuga, os pavilhões
passam por revista estrutural e a segurança é reforçada.
Além das fugas, outra situação agravante no presídio de Santarém é a
superlotação e as más condições do prédio, que tem preocupado os
familiares de detentos. O prédio foi construído em 1996 e tem capacidade
para 360 presos e atualmente possui pouco mais de 700, bem acima da
capacidade. Em dezembro de 2016, parte do teto de um dos pavilhões
desabou e duas pessoas ficaram feridas.
Os registros de mortes dentro do presídio também têm preocupado as
autoridades de segurança e os familiares de presos. Em dezembro de 2016,
três detentos foram mortos no presídio por grupos rivais, segundo a
polícia. Um deles chegou a ser decapitado pelos detentos. O coordenador
nacional da Pastoral Carcerária, padre Valdir Silveira, esteve no
presídio, ouviu relatos de familiares e acompanhou a situação dos
presos.
Diante de um dos maiores massacres da história das cadeias brasileiras,
ocorrido no presídio de Manaus (AM), a preocupação das autoridades de
segurança é com a ocorrência de novas rebeliões e fugas de detentos. O
Grupamento Tático Operacional (GTO), da Polícia Militar (PM), passou a
monitorar por 24h a penitenciária para prevenir ocorrências e revistas
estão sendo feitas em todas as celas da unidade.
FONTE : G1
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